Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

domingo, 27 de novembro de 2016

Pat Metheny Group – Para quem quiser ouvir (X)

(In Wikipédia ou http://www.patmetheny.com - Os excertos das biografias foram adaptados e traduzidos, o resto dos textos são da minha autoria – Ricardo Santos)

O “jazz fusão”, “jazz rock” ou simplesmente “fusão” é um género musical que se desenvolveu nos finais de 1960, de uma mistura de elementos de jazz, tal como o seu foco na improvisação com os ritmos e tons de “funk” e “R&B”, instrumentos eléctricos altamente amplificados e efeitos electrónicos de “rock”. Enquanto o termo “jazz rock” é muitas vezes utilizado como um sinónimo de “jazz fusão”, ele também se refere à música executada nos finais de 1960 e na época de 1970 das bandas rock, quando eles adicionaram elementos de jazz à sua música, como uma forma livre de improvisação.
Depois de uma década de desenvolvimento durante os anos 70, a “fusão” expandiu-se nas capacidades de improvisação e nas tentativas experimentais durante os anos 80 e 90.
Álbuns de “fusão”, mesmo aqueles que são feitos pelo mesmo grupo ou artista, podem incluir uma variedade de estilos. Diferentemente de serem um estilo musical codificado, a “fusão” pode ser vista como uma música tradicional ou aproximação a ela.
Alguma música de “rock progressivo” é também etiquetada por “fusão”. A música de fusão é tipicamente instrumental, muitas vezes com complexas assinaturas temporais, métricas e padrões rítmicos, e também extensas faixas, com improvisações longas. Muitos proeminentes músicos de fusão são reconhecidos, como tendo um alto nível de virtuosismo, combinado com composições complexas e música improvisada complexas ou de um amalgamado de métricas.

A música de PMG, algumas vezes de “jazz fusão” ou “fusão”, que irá passar por aqui contem na maioria das vezes um tema que a inicia e que, de seguida, dá origem aos espaços improvisados de melodias complexas, com Pat Metheny (guitarra e guitarra sintetizada) e os outros músicos. Para terminar, ela retorna ao tema principal para os momentos finais da composição.
As interpretações textuais de algumas músicas são minhas. Como um livro, a música também pode tentar ter uma interpretação, baseada no seu título, porque não ?

THE WAY UP

PMG termina hoje a minha mostra, espero que não só, vos tenha agradado aquilo que vos coloquei aqui, mas também e muito mais importante, que o vosso ouvido tenha amolecido para outros sons musicais, menos ouvidos. Desconfiem de tudo o que é fácil ouvir e logo de seguida trautear.
Muito mais ficou para ouvir, quem quiser, pode descarregá-lo ou eu posso dar indicações dos álbuns, mas tudo se encontra no sítio do artista Pat Metheny http://www.patmetheny.com.

Não irei parar por aqui com a amostragem da música de Pat Metheny e do seu grupo. Escolhi para já para finalizar, algo mais complexo e difícil de ouvir. Não posso criar o guião como fiz até aqui para as músicas, porque este álbum tem 4 partes, sendo esta a primeira, e considerada a abertura (“Opening”). Mas quem gostou do grupo, vai querer ouvir as outras três partes (Part One, Part Two e Part Three), onde irá encontrar as ligações, o tema, os solos, de toda a música.

“The Way Up” de composição total de Pat Metheny e Lyle Mays.
Foi gravado em 2003/2004 em New York (Right Track Recording Studio). Músicas escolhidas, a faixa nº. 1 “Opening” de 5’ 17” e a faixa nº. 2 “Part One” de 26´27”, aqui um pequeno excerto que começa precisamente aos 04:46.

Formação:

Pat Metheny (guitarra e guitarras acústica e sintetizada);
Lyle Mays (piano e teclas);
Steve Rodby (baixos acústico e eléctrico);
Antonio Sanchez (bateria);
Richard Bona (vocal, percussão e vários instrumentos);
Cuong Vu (vocal, trompete e vários instrumentos); e
Gregoire Maret (harmónica).

Produção de Pat Metheny e Co-produção de Steve Rodby e Lyle Mays.

A versão aqui exibida é do DVD ao vivo gravado na Coreia do Sul, em Seoul, no “LG Arts Center”. Aqui na versão do DVD a única diferença da composição do grupo, é a substituição de Richard Bona por Nando Lauria (guitarra, vocais, percussão e instrumentos variados)

Opening” (completo) e “Part One” (incompleta). 11:25 segundos de excelente música.

6 comentários:

  1. Fica a tocar enquanto vou comentando noutros blogues.
    Aquele abraço, boa semana

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  2. Empregaste uma palavra que define muito bem este grupo "virtuosismo" e acrescento ainda muito talento e mestria na coordenação instrumental.
    Tal como o Pedro, apesar de já a ter ouvido toda, fica aqui a tocar.

    Um bom dia para ti Ricardo

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    1. É na realidade preciso insistir em querer ouvir. É como beber, comer algo diferente, primeiro que tudo é preciso experimentar !
      Obrigado Manuela

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  3. Pat Metheny está sempre por aqui.
    Mesmo que tenhas dado por terminado esta rubrica, outras certamente se sucederão no futuro.

    Obrigada !
    Beijinhos e bom fim de semana
    (^^)

    PS: e fico por aqui a ouvir, claro!

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    1. Tu sabes e tens andado pelos post que publiquei sobre ele. Tenho um fascínio grande por este músico e pela sua obra individual, do grupo e com que quer que ele toque/acompanhe.
      Obrigado Afrodite

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Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!