Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Pat Metheny Group - Para quem quiser ouvir (IV)

(In Wikipédia ou http://www.patmetheny.com - Os excertos das biografias foram adaptados e traduzidos, o resto dos textos são da minha autoria – Ricardo Santos)

O “jazz fusão”, “jazz rock” ou simplesmente “fusão” é um género musical que se desenvolveu nos finais de 1960, de uma mistura de elementos de jazz, tal como o seu foco na improvisação com os ritmos e tons de “funk” e “R&B”, instrumentos eléctricos altamente amplificados e efeitos electrónicos de “rock”. Enquanto o termo “jazz rock” é muitas vezes utilizado como um sinónimo de “jazz fusão”, ele também se refere à música executada nos finais de 1960 e na época de 1970 das bandas rock, quando eles adicionaram elementos de jazz à sua música, como uma forma livre de improvisação.
Depois de uma década de desenvolvimento durante os anos 70, a “fusão” expandiu-se nas capacidades de improvisação e nas tentativas experimentais durante os anos 80 e 90.
Álbuns de “fusão”, mesmo aqueles que são feitos pelo mesmo grupo ou artista, podem incluir uma variedade de estilos. Diferentemente de serem um estilo musical codificado, a “fusão” pode ser vista como uma música tradicional ou aproximação a ela.
Alguma música de “rock progressivo” é também etiquetada por “fusão”. A música de fusão é tipicamente instrumental, muitas vezes com complexas assinaturas temporais, métricas e padrões rítmicos, e também extensas faixas, com improvisações longas. Muitos proeminentes músicos de fusão são reconhecidos, como tendo um alto nível de virtuosismo, combinado com composições complexas e música improvisada complexas ou de um amalgamado de métricas.

A música de PMG, algumas vezes de “jazz fusão” ou “fusão”, que irá passar por aqui contem na maioria das vezes um tema que a inicia e que, de seguida, dá origem aos espaços improvisados de melodias complexas, com Pat Metheny (guitarra e guitarra sintetizada) e os outros músicos. Para terminar, ela retorna ao tema principal para os momentos finais da composição.
As interpretações textuais de algumas músicas são minhas. Como um livro, a música também pode tentar ter uma interpretação, baseada no seu título, porque não ?

STILL LIFE (TALKING)

“Still Life (Talking)” combina elementos de jazz de fusão com outros latino-americanos, nomeadamente, brasileiros. O jazz, o folk e o pop, de mãos dadas.
Foi gravado em Março/Abril de 1987 em New York (Power Station). Músicas escolhidas, a faixa nº. 1 “Minuano (Six Eight)” de 9’ 25” e a faixa nº. 3 “Last Train Home” de 5’ 38”.

Formação:

Pat Metheny (guitarras eléctrica e acústica, e guitarra sintetizada);
Lyle Mays (piano e teclas);
Steve Rodby (baixos acústico e eléctrico);
Paul Wertico (bateria);
David Blamires (voz, e vários instrumentos);
Mark Ledford (voz, e vários instrumentos); e
Armando Marçal (percussão).

Produção de Pat Metheny, para a David Geffen Company, em 1987.

A versão de “Minuano (Six Eight)” foi gravada do DVD do espectáculo no Japão de 1992 e com uma formação diferente do álbum original, desta composição, onde constam: Pat Metheny (guitarra e guitarra sintetizada), Lyle Mays (piano e teclas), Steve Rodby (baixos acústico e eléctrico), Paul Wertico (bateria), Pedro Aznar (voz, vibrafone, percussão e guitarra) e Armando Marçal (percussão).

Minuano (Six Eight)

É, também e normalmente, um “encore” nos espectáculos ao vivo do grupo. Ouvia pelo menos duas vezes em dois dos espectáculos ao vivo em Lisboa. A música é muito agradável. Ninguém pode ficar indiferente ao ouvi-la ao vivo. Esta versão ao vivo é de 1992.

00:01 – Introdução com voz de Pedro Aznar;
01:26 – A guitarra de Metheny e canto de Aznar por trás…;
02:42 – Tema com o grupo;
03:34 – Pedro Aznar cantando o Tema, acompanhado de Metheny;
04:18 – Solo de guitarra (Pat Metheny);
06:18 – vão entrando os vários instrumentos: Vibrafone (Pedro Aznar), piano (Lyle Mais), bateria (Paul Wertico), contrabaixo (Steve Rodby), guitarra (Pat Metheny) e piano, sintetizadores (Lyle Mais), crescendo e…
07:40 – Voltamos ao Tema cantado por Pedro Aznar, até ao final da música. O grupo termina em som alto.


Last Train Home

A versão de “Last Train Home” (não está em muito boas condições!) que também é, tal como a anterior, um dos “cavalo de batalha” (“standard”) do PMG, é uma das versões existentes no Youtube e pertence a um dos espectáculos gravados ao vivo, em 1993, quando da digressão do PMG em Itália e França, e com uma formação diferente do álbum original, desta composição, onde constam: Pat Metheny (guitarra e guitarra sintetizada), Lyle Mays (piano e teclas), Steve Rodby (baixos acústico e eléctrico), Paul Wertico (bateria e percussão), Pedro Aznar (voz, guitarra acústica, percussão, saxofone, vibrafone, marimba, melódica) e Armando Marçal (voz, percussão, timbales e congas).

É somente fechar os olhos e veremos a passar na nossa mente “O Último Comboio Para Casa”, serpenteando a sua linha por entre montes e valados que poderá atravessar.

… começo com uns segundos atrasados
00:01 – Tema com todo o grupo, inclusive uma “batida” de bateria a imitar um combóio (que nos irá acompanhar até ao fim), e um solo de acompanhamento do tema (Pat Metheny);
01:49 – Guitarra (Pat Methney);
03:23 – Vozes mais fortes e marcantes (Pedro Aznar e Armando Marçal);
03:44 – Guitarra (Pat Methney), o tema vai repetir-se e pouco a pouco o “combóio” vai-se afastando...



Não resisti e coloco aqui outra versão, uma associação perfeita entre titulo, som e imagem.

6 comentários:

  1. Adorei as três versões, mas a última encheu-me as medidas. O comboio fez-me lembrar uma viagem que fiz em Novembro num comboio assim, faltou este som maravilhoso...também eu voltei a casa:)

    Bom Domingo Ricardo

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    1. "Last Train Home" é o que eu chamo uma música feliz e as imagens do terceiro video podem ser um regresso a casa !

      Obrigado Manuela

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  2. A música aliada às imagens, do terceiro vídeo, são fabulosas.
    Fazem-nos recuar no tempo. Gostei!

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    1. Fazem-nos recuar aos tempos dos combóios a vapor e da sua beleza. Aos tempos em que não tínhamos tanta pressa !

      Obrigado Janita

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  3. Gosto imenso destes dois temas!
    Já fiz por várias vezes a tentativa de tentar descobrir qual a primeira música que conheci do PM... e pode muito bem ter sido a Last Train Home...

    Os sons brasileiros do Minuano deliciam-me!! Muito bom!!
    Beijinhos e boa semana
    (^^)

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    1. Uma primeira música com influências brasileiras sim. O segundo tema é um combóio que chega ou que parte em direcção a casa de alguém !

      Obrigado Afrodite

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Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!