Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

sexta-feira, 4 de março de 2016

Pat Metheny Group – Para quem quiser ouvir (II)

(In Wikipédia ou http://www.patmetheny.com - Os excertos das biografias foram adaptados e traduzidos, o resto dos textos são da minha autoria – Ricardo Santos)

O “jazz fusão”, “jazz rock” ou simplesmente “fusão” é um género musical que se desenvolveu nos finais de 1960, de uma mistura de elementos de jazz, tal como o seu foco na improvisação com os ritmos e tons de “funk” e “R&B”, instrumentos eléctricos altamente amplificados e efeitos electrónicos de “rock”. Enquanto o termo “jazz rock” é muitas vezes utilizado como um sinónimo de “jazz fusão”, ele também se refere à música executada nos finais de 1960 e na época de 1970 das bandas rock, quando eles adicionaram elementos de jazz à sua música, como uma forma livre de improvisação.
Depois de uma década de desenvolvimento durante os anos 70, a “fusão” expandiu-se nas capacidades de improvisação e nas tentativas experimentais durante os anos 80 e 90.
Álbuns de “fusão”, mesmo aqueles que são feitos pelo mesmo grupo ou artista, podem incluir uma variedade de estilos. Diferentemente de serem um estilo musical codificado, a “fusão” pode ser vista como uma música tradicional ou aproximação a ela.
Alguma música de “rock progressivo” é também etiquetada por “fusão”. A música de fusão é tipicamente instrumental, muitas vezes com complexas assinaturas temporais, métricas e padrões rítmicos, e também extensas faixas, com improvisações longas. Muitos proeminentes músicos de fusão são reconhecidos, como tendo um alto nível de virtuosismo, combinado com composições complexas e música improvisada complexas ou de um amalgamado de métricas.

A música de PMG, algumas vezes de “jazz fusão” ou “fusão”, que irá passar por aqui contem na maioria das vezes um tema que a inicia e que, de seguida, dá origem aos espaços improvisados de melodias complexas, com Pat Metheny (guitarra e guitarra sintetizada) e os outros músicos. Para terminar, ela retorna ao tema principal para os momentos finais da composição.
As interpretações textuais de algumas músicas são minhas. Como um livro, a música também pode tentar ter uma interpretação, baseada no seu título, porque não ?

TRAVELS

“Travels II” é o segundo CD do duplo álbum “Travels” gravado ao vivo com as actuações em Filadélfia, Dallas, Sacramento e Hartford. Este duplo ganhou mais um “Grammy” para a “Melhor Actuação de Jazz de Fusão” em 1984.
Foi gravado em Julho/Novembro de 1982. Músicas escolhidas, a faixa nº. 3 “Travels” de 5’ 03” e a faixa nº. 5 “San Lorenzo” de 13’ 35”.

Formação:

Pat Metheny (guitarra, guitarra sintetizada, synclavier guitarra);
Lyle Mays (Piano, sintetizador, harpa-auto, órgão e piano sintetizado);
Steve Rodby (baixos acústico e eléctrico);
Dan Gottlieb (bateria); e
Nana Vasconcelos (percussão, voz e berimbau).

Produção de Manfred Eicher, para a ECM Records, em 1983.

Travels

Uma balada lenta do grupo, variantes várias sobre o tema, com a guitarra de Metheny, e também com o grupo. O título é significativo, “Travels”, “Viagens”. A versão aqui publicada tem: Pat Metheny (guitarras eléctrica e acústica); Larry Grenadier (baixo) e Billy Stewart (bateria).


San Lorenzo

Uma música muito mais rica que a balada anterior, com uma introdução com o grupo, um tema explorado com a guitarra de Metheny, dá entrada às teclas de Lyle Mays, de seguida ambos em solo, o tema volta com a guitarra de Pat, continuamos com um solo de piano em crescendo de Mays, nas teclas, a música desce de sonoridade e Lyle continua, finalizamos com o tema e os mesmos acordes com que se começou.

10 comentários:

  1. Entre estes dois temas de P.M., sem dúvida que prefiro o segundo.

    O 'Viagens' é um som demasiado lento, não chegou a empolgar-me! :)

    De qualquer modo foram duas novidades para mim, o que é muito bom e te agradeço, por partilhares connosco os teus conhecimentos musicais, Ricardo!

    Que tenhas um excelente fim-de-semana e obrigada!

    :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Janita, boa tarde

      Fico satisfeito que tenhas gostado do segundo tema. Diria que irias gostar mais do primeiro, mas afinal preferiste o segundo. Acho o primeiro mais acessível à maioria dos ouvintes, mas ...

      Obrigado

      Eliminar
  2. Adorei a primeira, aqueles acordes cativaram-me, se pudesse escolher era mesmo essa música que escolhia para viajar :)

    Bom Domingo Ricardo

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É na realidade uma boa música para fazer uma curta viagem. Ou então entrar em modo repetição, da mesmas, e fazer um passeio um pouco mais longo !

      Obrigado Manuela

      Eliminar
  3. Gosto muito das duas... bem diferentes... mas ambas com o selo inconfundível de PM.

    Beijinhos e votos de bom Domingo
    (^^)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. A única pena que tenho é que a versão de "San Lorenzo" que publiquei, não é nenhuma das que tenho em CD. Uma das duas que possuo, é espectacular, e é que oiço com alguma frequência.

      Obrigado Afrodite

      Eliminar
  4. Sempre um prazer, Ricardo.
    Dos tais eternos.
    Aquele abraço, boa semana

    ResponderEliminar
  5. Curioso que, gostar de um determinado tipo de música, é também resultante de um "treino" e "aprendizagem" !
    Ouvi logo no primeiro dia e sinceramente não me entusiasmou por aí fora !
    Ouvi de novo agora, por mais tempo e mais atenção ao texto e já gostei bastante mais ! ...
    Aprende-se a gostar e também o nosso estado de espírito, em diferentes momentos, poderá estar mais ou menos receptivo a determinados tipos de música !

    Abraço, Ricardo ! :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Rui essa tua apreciação é a mais verdadeira possível. O degustar também pode ser um verbo utilizado, mas neste caso para o sentido auditivo. Quanto vezes isso me acontece. Tentar ouvir todos os instrumento, mas um a um, dentro de cada música.

      Obrigado pela tua excelente apreciação !

      Um Abraço

      Eliminar

Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!