Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

sábado, 22 de agosto de 2015

Dizzy Gillespie – Groups & Soloists of Jazz (XXVII)

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

Dizzy Gillespie (John Birks Gillespie) (Cheraw, South Carolina, EUA, 21-10-1917 – Englewood, New Jersey, EUA, 06-01-1993) – Foi um trompetista, chefe de orquestra, cantor e compositor de Jazz, sendo, a par de Charlie Parker, uma das maiores figuras no desenvolvimento do movimento “Bebop” no Jazz moderno.
Nascido na Carolina do Sul, Dizzy era um instrumentista virtuoso e um improvisador dotado. A juntar às suas capacidades instrumentais, os seus óculos, a sua forma de cantar e tocar (com as bochechas extremamente inchadas), o seu trompete recurvo e a sua personalidade alegre faziam dele uma pessoa especial, dando um aspecto humano àquilo que muitos, incluindo alguns dos seus criadores, classificavam como música assustadora.
Em relação à forma de tocar, Gillespie construiu a sua interpretação a partir do estilo "saxofónico" de Roy Eldridge, indo depois muito além deste. As suas marcas pessoais eram o seu trompete (com a campânula inclinada 45º em vez de ser a direito) e as suas bochechas inchadas, tradicionalmente, os trompetistas são ensinados a não fazer “bochechas”.
Para além do seu trabalho com Parker, Dizzy Gillespie conduziu pequenos agrupamentos e “Big Bands” e aparecia, frequentemente, como solista com a “Norman Granz's Jazz at the Philharmonic”. No início da sua carreira tocou com Cab Calloway, que o despediu por tocar “música chinesa”, a lendária “Big Band” de Billy Eckstine deu a estas harmonias atípicas uma melhor cobertura.
Nos anos 1940, Gillespie liderou o movimento da música afro-cubana, trazendo elementos latinos e africanos para o Jazz, e até para a música “Pop”, em particular a “Salsa”. Das suas numerosas composições destacam-se os clássicos do Jazz: "Manteca", "A Night in Tunisia", "Birk's Works", e "Con Alma".
Dizzy Gillespie publicou a sua autobiografia em 1979, “To Be or not to Bop” (ISBN 0306802368). Seria vítima de um cancro no início de 1993. Está sepultado no “Flushing Cemetery” em Queens, New  York. Tem uma estrela com o seu nome na “Calçada da Fama” em Hollywood, número 7057 Hollywood Boulevard.

A Night In Tunisia, de 1942, e tocada aqui com amigos em Havana (Cuba) decorria o ano 1985, e na companhia do extraordinário trompetista cubano Arturo Sandoval, que esteve há muito pouco tempo em Portugal


Tin Tin Deo, com o seu quinteto, composto por: Dizzy Gillespie (trompete); James Moody (saxofone alto, flauta); Kenny Barron (piano); Christopher Wesley White (contrabaixo) e Rudy Collins (bateria).


One Note Samba, (Samba de Uma Nota Só), de 1956. Apresentado por Norman Granz, no Olympia de Paris, 24 de Novembro de 1965, com o quinteto, composto por: Dizzy Gillespie (trompete); James Moody (saxofone alto, flauta); Kenny Barron (piano); Christopher Wesley White (contrabaixo) e Rudy Collins (bateria).
  

Unicorn, ao vivo

14 comentários:

  1. Ah, mas este jazz, sim.....

    Beijinhos musicais.

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    1. Este Jazz é muito bom na realidade. Fico satisfeito que tenhas gostado Graça !

      Obrigado

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  2. Tão bom, Ricardo!
    Obrigada pela partilha!

    Beijinhos. :)

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    1. O Gillespie era um trompetista soberbo. Partilhar deve-se !!!

      Obrigado Maria

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  3. A minha fraca cultura musical só me faz reconhecer o 3º tema. Mas gostei de ouvir os restantes. :)

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    1. O 1º. tema é um dos mais conhecidos e da autoria de Dizzy Gillespie. Ainda bem que gostaste de ouvir sem vozes a cantar. É bom sinal !

      Obrigado Luísa

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  4. One Note Samba é uma pérola imortal.
    Aquele abraço, boa semana

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  5. Conheço e gosto! Mas também é difícil não gostar!
    Boa semana :)

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    1. Sim, é difícil não gostar. O que é bom sabe sempre bem ouvir inúmeras vezes !

      Obrigado M.

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  6. Eu que adoro jazz, não conhecia, fiquei encantada!
    Obrigada pela partilha Ricardo!

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    1. Manuela eu conheço alguma coisa, mas também mem surpreendo positivamente, quando oiço composições que não conhecia. Fugir à rotina é ouvir músicas que não conhecemos !

      Obrigado

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  7. Não sou muito amante de música e ainda menos de jaz. O melhor de tudo é que gostei de ouvir. Assim dá gosto,ritmo e sobretudo é diferente do que mais se ouve.
    Dia 18 não poderei participar convosco por estar ausente . Um abraço para todos.

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    1. Luís ainda bem que gostaste de ouvir. Como costumo dizer, de vez em quando temos de pôr o nosso ouvido a ouvir coisas diferentes ! :)... sabe bem !!!

      Lamento não puderes vir ao almoço, ficará para outra oportunidade !

      Um Abraço

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Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!