Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Mário Laginha – Groups & Soloists of Jazz (XVIII)

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

Mário João Laginha dos Santos (Lisboa, 25-04-1960 – 20xx) – É um pianista e compositor português da área do Jazz. Aprendeu piano e guitarra na infância. A ideia de seguir a carreira de pianista tomou forma, quando ouviu Keith Jarrett. Estudou piano na escola de Jazz "Louisiana", em Cascais, dirigida por Luís Villas Boas, e depois na Academia de Amadores de Música e no Conservatório, onde teve como professores Carla Seixas e Jorge Moyano.
Tocou primeiro em hotéis e como acompanhante de outros músicos; o primeiro trabalho profissional aconteceu no teatro, na peça “Baal”, de Bertold Brecht, no “Teatro da Trindade”. Mas a entrada a sério no mundo do jazz deu-se ao integrar o quinteto da cantora Maria João, com o qual gravou dois discos nos anos 80, “Quinteto Maria João” (1983) e “Cem Caminhos” (1985), com standards e alguns originais.
Ao mesmo tempo que tocava com Maria João, Mário Laginha criou o “Sexteto de Jazz de Lisboa”, com Carlos Martins, Tomás Pimentel, Edgar Caramelo e os irmãos Pedro e Mário Barreiros, com os quais gravou o LP “Ao Encontro”, de 1988. Com os irmãos Barreiros tocou também em trio.
Mário Laginha foi investindo cada vez mais nas suas próprias composições, afastando-se da interpretação do jazz clássico e dos “standards”. Em 1987, com o apoio da Fundação Gulbenkian, estreou o “Decateto de Mário Laginha” durante o Festival Jazz em Agosto; as composições e arranjos eram totalmente seus. Nesse mesmo ano, foi considerado pela crítica o melhor músico de Jazz português.
Ao longo dos anos, trabalhou em parceria com outros grandes nomes da música portuguesa: Pedro Burmester (o concerto de Dezembro de 1993, no Centro Cultural de Belém, deu origem ao disco "Duetos"), Carlos Bica, José Peixoto e José Salgueiro (na altura, 1991, conhecidos pelo nome de grupo “Cal Viva”), João Paulo Esteves da Silva (em 1993 criaram o grupo “Almas & Danças”).
Em 1994 lançou o primeiro disco assinado com o seu nome, “Hoje”. No mesmo ano saíu “Danças”, onde voltou a colaborar com Maria João, num duo e amizade pessoal que persistem até hoje. Os dois gravaram vários discos e colaboraram em espectáculos de teatro, cinema e outras artes.
Em 1993 Mário Laginha compôs a música original da banda sonora do filme “Passagem por Lisboa” do cineasta Eduardo Geada.
Em 1999 Mário Laginha iniciou uma colaboração de grande êxito com Bernardo Sassetti. Desde então, deram vários concertos e lançaram dois álbuns, “Mário Laginha e Bernardo Sassetti” (2003), e “Grândolas” (2004), disco integrado na comemoração dos 30 anos do 25 de Abril.
Em 2005 gravou o seu primeiro disco a solo, “Canções e Fugas”.
Em 2007 actuou ao vivo com Pedro Burmester e Bernardo Sassetti, no CCB (Lisboa), concerto esse que foi editado em DVD com o título “3 Pianos”. O repertório inclui temas de música clássica, música erudita moderna e temas dos próprios pianistas.
Em 2008 tocou com Bernardo Sassetti e Camané no espectáculo “Vadios”, no CCB, num espectáculo que juntou o jazz e o fado.

???, com Mário Laginha "trio", composto por: Mário Laginha (piano), Bernardo Moreira (contrabaixo) e Alexandre Frazão (bateria), no “Hot Clube de Portugal” em 3 de Janeiro de 2014.


Valsa Nº.2 Opus 34


Tráfico, Mário Laginhas Trio


Enquanto Precisares, “Mário Laginha Novo Trio Live”, Teatro Municipal São Luiz em 22 de Fevereiro de 2014, com Mário Laginha (piano), Miguel Amaral (guitarra portuguesa) e Bernardo Moreira (contrabaixo).

8 comentários:

  1. Já por aqui passou várias vezes, Ricardo.
    E Macau ficou rendida ao talento dele.
    Aquele abraço e votos de bfds

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É um excelente músico na realidade. Muitas vezes custa-me perceber que os nossos artistas são mais conhecidos lá fora, do que cá.
      Cá o tempo de antena vai todo como diz Cristo, para "os vendilhões do templo"... política, futebol, e quejandos :(((
      Obrigado Pedro

      Eliminar
  2. Sempre gostei muito do dueto Maria João e Mário Laginha , Ricardo ! :))
    Também gostava do Bernardo Sassetti infelizmente desaparecido e "detesto" o Pedro Burmester (demasiado pedante para o meu gosto) !

    Abraço !
    .

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Maria João e Mário Laginha são duas referências indiscutíveis da música portuguesa.

      Infelizmente e algumas vezes quando se é bom artista, e é o caso do Pedro Burmester, às vezes sobem as "peneirices" à cabeça e depois é o que é!

      Obrigado
      Abraço Rui

      Eliminar
  3. Bem, este blogue é excelente! Já vi que vou aprender muito por aqui e sobre vários temas. Se no meu se come, neste bebe-se... cultura :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Combinado ! :) Eu visito-te para me deleitar com as tuas comidas e tu visitas-me para ouvires e veres o que te apetecer !
      Obrigado Panificadora Ribeiro

      Eliminar
  4. Gosto muito das músicas que escolhes para nos presentear em seu blog Ricardo
    Um gosto apurado e fiel.
    E estou adorando conhecer os músicos portugueses_ essa 'enquanto precisares' é divinamente gostosa .
    abraços

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Lis é um prazer enorme ver-te por aqui a ouvir a música que publico. Vem cá sempre que quiseres, ouvir alguma da música que se faz por cá, por Portugal. Também tenho publicado música brasileira, da mais antiga e clássica, e jazz que sou um apaixonado.
      Obrigado

      Eliminar

Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!