Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

domingo, 31 de agosto de 2014

A Canção de Lisboa

“A Canção de Lisboa” filme de José Cottinelli Telmo, de 1933. As suas vedetas mais famosas são: Beatriz Costa, Vasco Santana e António Silva, todos eles protagonistas de “A Canção de Lisboa”. Sendo o restante elenco constituído pelos actores: Alfredo Silva, Ana Maria, Artur Rodrigues, Coralia Escobar, Eduardo Fernandes, Elvira Coutinho, Fernanda Campos, Francisco Costa, Henrique Alves, Ivone Fernandes, José Victor, Júlia da Assunção, Manoel de Oliveira, Manuel Santos Carvalho, Maria Albertina, Maria da Luz, Silvestre Alegrim, Sofia Santos, Teresa Gomes e Zizi Cosme.

Foi um filme que, na época, obteve grande sucesso e êxito do público, não apenas em Portugal, mas também, nos então territórios de Ultramar e Brasil. Esse êxito deveu-se em parte ao carácter tipicamente português das personagens e das situações que permitia a total identificação dos espectadores com o filme. E em parte à introdução de canções que rapidamente se tornaram populares, não só neste filme, mas em todos os outros do género. Por isso, estas comédias são clássicos do cinema português, onde nunca se deixaram de ver e rever até aos dias de hoje. “A Canção de Lisboa” não é apenas pioneiro deste género cinematográfico como também um dos melhores. Por ter sido considerado um objecto de prestígio, o valor dos bilhetes foi mais dispendioso do que o habitual. O sucesso alcançado foi de tal forma retumbante, que as receitas do filme permitiram, inclusive, pagar uma grande parte das instalações da “Tóbis” que se encontravam então em construção.

Para além dos actores, outros grandes nomes da arte portuguesa marcaram a produção deste filme, por exemplo, os cartazes: Nada menos que três foram concebidos por Almada Negreiros. Outra participação enaltecedora deste magnífico filme foi a de Manoel de Oliveira, então no começo da sua carreira cinematográfica, como realizador, aparece neste filme como actor, interpretando Carlos, o melhor amigo do actor principal Vasco Santana.

A Canção de Lisboa, pilar do cinema português, ironicamente não foi realizado por um cineasta, mas sim por um conhecido arquitecto José Cottinelli Telmo, tendo aliás sido o único filme por ele realizado. O uso do espaço em Lisboa, tanto em cenários de estúdio, como em cenários naturais, é característico da sabedoria de um arquitecto. A cena exterior em que Vasco Santana canta o famoso “Fado do Estudante”, por exemplo, foi filmada na esplanada do último piso da “Cervejaria Portugália” na Avenida Almirante Reis, um edifício do começo do século XX. Por todos este motivos A Canção de Lisboa é um clássico e ao mesmo tempo um filme único que ficará para sempre como marco e testemunho da evolução cinematográfica portuguesa.

A cena da alfaitaria com António Silva e Beatriz Costa


O Fado cantado por Vasco Santana


O exame para Doutor com Vasco Santana

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Histórias de Ontem (IV) - Gaspacho

Na década de 90 tinha eu mudado de empresa e começava uma nova carreira, também ligada à Informática. No fundo tem sido toda a minha vida profissional.
A “Casa do Alentejo”, foi durante muitos anos sítio de eleição para almoçar, não só a nível profissional, mas também a nível pessoal com a minha família.


Num determinado Verão de 1990 e qualquer coisa, não posso precisar o ano, fui sózinho lá almoçar.
Entrei, subi a escadaria que dá acesso ao pátio árabe e depois a que nos leva ao segundo andar onde se encontram as salas de restauração. A sala grande, dos espelhos, naquela altura do ano, costumava estar aberta para almoços. É uma sala exemplar e maravilhosa, embora mereça uma restauração física, esta nunca foi feita por motivos financeiros, creio !.
Sentei-me numa mesa junto à janela e reparei, quando passei, que na mesa ao lado, alguém, deliciadamente, comia uma sopa cheia de legumes.

O Edmundo aproximou-se, cumprimentou-me e deu-me a lista.

Sr. Edmundo disse eu:
- Traga-me uma sopa daquelas !
- Quer um gaspacho ?
- Sim, obrigado !

Nem dois minutos passaram e o Edmundo, que me conhecia há alguns anos, saía das portas que dão acesso à cozinha, trazendo na mão uma malga em louça de barro, com o dito “gaspacho”. Colocou-o à minha frente e afastou-se. Peguei na colher. Dei uma volta com ela dentro da sopa. Enchi a colher e levei à boca. Tão depressa entrou como saíu. Acho que fiz uma cara estranha e desconfortada.
Fiz sinal ao Edmundo.

- Edmundo, esta sopa está fria !!!

Ele olhou para mim riu-se e disse:

- Nunca comeu gaspacho !?
- Não, é a primeira vez !
- Bem me parecia. O “gaspacho” serve-se frio !

Soube-me muito bem a sopa, depois de me habituar à temperatura dela, e hoje é manjar que não renego quando há, embora prefira uma boa “Açorda Alentejana”.

sábado, 23 de agosto de 2014

Diane Schuur – Jazz Singers (XXV)

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

Diane Schuur (Tacoma, Washington, EUA, 10-12-1953 – 20xx) – É uma cantora norte-americana de Jazz e pianista. Apelidada de "Deedles", ela ganhou dois Grammy Awards, conhecidíssima em muitos dos locais de música de maior prestígio do mundo, incluindo o “Carnegie Hall” e “A Casa Branca” e já percorreu o mundo cantando e tocando com grandes nomes como Quincy Jones (compositor e orquestrador), Stan Getz (saxofone), B.B. King (voz e guitarra), Dizzy Gillespie (trompete), Maynard Ferguson (trompete), Ray Charles (voz e piano), Joe Williams (voz) e Stevie Wonder (voz e piano). Tal como Stevie Wonder, Diane Schuur ficou cega ao nascer devido a retinopatia da prematuridade.
Diane Schuur cresceu nos subúrbios de Seattle, Washington e foi incentivada pelos seus pais a cantar. Começou a fazê-lo quando tinha apenas, dois anos e meio. Ela disse que, como era uma criança, costumava retirar-se para o dentro do armário para estar a sós com ela e cantar. As suas heroínas musicais de infância eram Sarah Vaughan e Dinah Washington. Schuur teve seu primeiro espectáculo na “Tacoma Holiday Inn”, aos dez anos, onde cantou música “Country”. Frequentou a “Washington School for the Blind”, onde começou a apresentar material original e com de dezasseis anos, revelou uma voz inconfundível. A sua grande hipótese aconteceu, quando Stan Getz (saxofone) apreciou e classificou o seu trabalho de muito positivo, ao ouvi-la cantar "Amazing Grace" no lendário “Monterey Jazz Festival”, em 1979. Getz voltou em 1988 e 1991. Em 1982, Getz pediu a Diane Schuur para se juntar a ele, num espectáculo na “Casa Branca”.

The Man I Love, no “Java Jazz Festival” de 2007.


Deedles Blues, Ao vivo, em Seattle, com Maynard Ferguson e a sua “Big Bop Nouveau Band”. Formação: Trompetes: Adolfo Acosta, Carl Fischer e Frank Abrahamson; Saxofones: Mike Dubaniewicz, Jeff Rupert e Bill Ramsay; Trombone: Mike Bravin; Piano: Earl MacDonald; Contrabaixo: Roger Hines; e
Bateria: David Throckmorton



It Had To Be You, “The Miami Lighthouse” para os cegos, o “James L. Knight Center” em Miami, Florida, decorria o ano 1999.


The Very Thought Of You, música e letra de Ray Noble.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Edward William Elgar / Marcha Pompa e Circunstância Nº. 1 (I)

A música é para mim a linguagem universal, por excelência. Sem ela ser-me-ia difícil viver. Ela faz parte dos meus sentidos e da minha vivência. No outro meu Blogue publiquei algumas vezes sobre música clássica. O meu pai iniciou-me, era eu ainda criança, na sua audição. Por aqui, começarei a colocar a espaços, excertos de obras, reconhecidas mundialmente, e que fazem a alegria dos nossos ouvidos e, algumas vezes, da nossa vista.

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)


Sir Edward William Elgar - título: 1st Baronet, OM, GCVO, (Broadheath, Inglaterra, 02-06-1857 – 23-02-1934). Filho de um afinador de pianos, e rodeado de música e instrumentos musicais na loja do pai, na ”Worcester High Street”, o jovem Edward foi auto-didacta em música. No Verão levava, durante os seus passeios, música para estudar, adquirindo, por isso, uma forte ligação entre música e natureza.
A escola foi abandonada, aos 15 anos, tendo começado por trabalhar com um advogado local, mas após um ano enveredou pela carreira musical, ao aprender piano e violino. Aos 22 anos tornou-se chefe de banda no “Worcester and County Lunatic Asylum”, perto de Worcerter. Foi primeiro violino nos festivais de Worcester e Birmingham, e chegou a tocar a “6ª. Sinfonia” e o “Stabat Mater” de Antonin Dvorak, sob a direcção do próprio compositor. Isso agradou-lhe especialmente, e influenciou-o bastante o estilo de orquestração de Dvorak.

Elgar, foi um compositor inglês de música clássica. Entre as suas composições mais conhecidas estão trabalhos orquestrais como “Enigma Variations”, as “Pomp and Circumstance Marches”, concertos para violino e violoncelo, e duas sinfonias. Também compôs trabalhos corais, incluindo “The Dream of Gerontius”, música de câmara e canções. Foi nomeado “Master of the King's Musick”, em 1924.

Apesar de Elgar ser visto como um típico compositor inglês, a maioria das suas influências musicais tinham origem na Europa continental. Ele sentia-se um estrangeiro, não apenas numa perspectiva musical, mas socialmente. Nos círculos musicais dominados por académicos, ele era um compositor auto-didacta. Num Reino Unido protestante, o seu catolicismo era visto com alguma desconfiança, e num período vitoriano e eduardiano em que a sociedade estava dividida por classes, Elgar tinha plena consciência sobre as suas origens humildes, mesmo depois de ser reconhecido. Ainda assim, casou com a filha de um oficial do exército britânico. Ela inspirou-o tanto ao nível musical como social. Trabalhou para atingir o sucesso até aos seus quarenta anos quando, depois de uma série de trabalhos menos bem-sucedidos, o seu “Enigma Variations” (1899) tornou-se muito popular, tanto na Grã-Bretanha, como fora dela. No seguimento deste trabalho, compôs um trabalho coral, “The Dream of Gerontius” (1900), com base num texto católico que tinha causado algum desconforto no sistema anglicano, na Grã-Bretanha. No entanto, esta obra veio a tornar-se, e assim continua, parte do repertório coral deste país e não só. Os seus outros trabalhos corais religiosos também foram bem recebidos, mas sem o mesmo sucesso. A primeira das suas “Pomp and Circumstance Marches” (1901) é bem conhecida no mundo de língua inglesa e não só. Costuma ser hino da multuidão nos Concertos “Promenade”.

Aos cinquenta anos de idade, Elgar compôs uma sinfonia e um concerto para violino que alcançaram um enorme êxito. A segunda sinfonia e concerto para violoncelo não obtiveram um êxito imediato junto do público, e demoraram alguns anos até serem incluídos, com regularidade, no repertório das orquestras britânicas. A música de Elgar, nos seus últimos anos de vida, foi-se tornando cada vez mais apelativa junto das audiências britânicas. Após a sua morte, e durante alguns anos, a sua música passou despercebida. Apenas da década de 1960, ajudada por novas gravações dos seus trabalhos, é que a sua música voltou a ser tocada com regularidade. Alguns dos seus trabalhos, em anos mais recentes, passaram a ser tocados a um nível internacional, mas a sua música continua a fazer mais parte do reportório britânico do que em outros países.

Elgar tem sido descrito como o primeiro compositor a levar a sério as gravações com um gramofone em disco de vinil. Entre 1914 e 1925, realizou uma série de gravações acústicas dos seus trabalhos. A introdução do microfone em 1925, tornou as gravações sonoras mais exactas, e Elgar fez novos registos da maioria dos seus principais trabalhos para orquestra e excertos de “The Dream of Gerontius”.
...

Marcha Pompa e Circunstância Nº. 1 em D maior ('Land of Hope and Glory') - Última noite dos concertos “Promenade” (Proms), em 2012. Orquestra e Coro Sinfónicos da BBC, dirigidos pelo maestro Jiří Bělohlávek

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Sesimbra (I) – Fotos de 2003, 2004 e 2006

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

Algumas lembranças de infância e de juventude:

Pela primeira vez a vi em Setembro de 1957, tinha então três anos de idade. Lá, estive de férias com os meus pais, numa casa da Rua Eça de Queiróz, a qual ainda existe. Ao fundo da rua, e junto à rua principal, existia uma bomba de gasolina, lembro-me bem. Era de cor vermelha, talvez da “Esso” !
A lota (venda do pescado) era junto à fortaleza e dava gosto ver a abundância de peixe. Celhas enormes com “chaputa”, as caixas com peixe-espada branco, os montes de areia com pargos, celhas mais pequenas com lulas, raias, e finalmente, os espadartes e alguns tubarões. Cheguei lá a ver, mais que uma vez, um tubarão-martelo.
Esta vila faz parte, definitivamente, do meu imaginário e da minha juventude. Foram muitos fins de Verão, no mês de Setembro, quando normalmente, os meus pais alugavam um quarto numa pensão (Pensão Capítulo), ou mais tarde dois quartos na D. Madalena, perto do Café Zagaia, onde se come marisco de confiança.
Mais tarde, foi a Residencial do Mateus que nos acolheu, em frente à pastelaria do Sr. Tomé, com o seu papagaio à porta, e onde tomávamos os pequenos-almoços.
Que saudades do Café Central, da esplanada e da simpatia dos empregados que nos atendiam. Quero relembrar aqui alguém que sempre me mereceu um enorme respeito, o Sr. Hernâni, que era uma excelente pessoa, óptimo profissional e empregado neste café. Lembro também, o banheiro Jacinto, do "Abel Zegre Neto" que eu detestava em miúdo, porque nos dava "amonas".
As carreiras de camioneta eram das empresas de camionagem do “João Maria do Anjos” e do “Covas & Filho”.

Sobre Sesimbra:

Sesimbra é uma vila portuguesa pertencente ao Distrito de Setúbal, região de Lisboa e sub-região da Península de Setúbal, com cerca de 5 800 habitantes (2001). É sede de um município com 195,01 km² de área e 52 371 habitantes (2008), subdividido em 3 freguesias: Castelo, Santiago e Quinta do Conde. O município é limitado a norte pelos municípios de Almada e do Seixal, a nordeste pelo Barreiro, a leste por Setúbal e a sul e a oeste tem litoral no oceano Atlântico. A foz do rio Sado, a serra da Arrábida, o cabo Espichel e lagoa de Albufeira fazem parte da paisagem natural de Sesimbra. A terceira freguesia do município, designada por Quinta do Conde, tem igualmente o estatuto de vila (homónima).
Em, 15 de Agosto de 1201 foi concedido aos habitantes de Sesimbra a Carta de Foral, documento régio que aplica os direitos e deveres.
Foi no reinado de D. Diniz, sexto rei de Portugal, que se criou a Póvoa de Ribeira de Sesimbra, pequena aldeia de pescadores, junto ao mar.
A aldeia cresceu muito e tornou-se vila à época dos Descobrimentos.
Sesimbra passou a ser um importante porto de construção naval e de abastecimentos de embarcações.

Estas fotos tiradas por mim em 2003, 2004 e 2006, da maravilhosa vila de Sesimbra vão ser acompanhadas musicalmente (com uma pequena ajuda dos meus amigos !) por uma das músicas mais conhecidas mundialmente e que ainda é interpretada por muitos artistas. Composta por John Lennon e Paul McCartney (Beatles) em 1967, para o álbum “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”. Um dos artistas que a cantou e a tornou ainda mais célebre foi Joe Cocker, com a sua extraordinária interpretação deste tema no Festival de Woodstock. Aqui, ao vivo e extraída do álbum “The Best Of Joe” de 1993, gravado para a etiqueta “Capital Records”.

domingo, 17 de agosto de 2014

Jazz Standards (CXXII)

(Dados Biográficos In Wikipédia e In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

(Sobre o tema em questão, algumas palavras retiradas de “in
http://www.jazzstandards.com/compositions/index.htm” - adaptação e tradução por Ricardo Santos)

Bye Bye Blackbird (#126) - Música de Ray Henderson e Letra de Mort Dixon
Dois "crooners" (epíteto dado a cantores populares) da década de 1920 gravaram este “standard”, no ano em que foi publicado. A versão de Gene Austin venceu a de Nick Lucas nas tabelas de vendas e esteve nas mesmas durante 12 semanas:

Gene Austin (1926, vocal, Nº. 1)
Nick Lucas (1926, vocal, Nº. 4)
Benny Kruger e a sua orquestra (1926, Nº. 7)
Leo Reisman e a sua orquestra (1926, Nº. 11)
Russ Morgan e a sua orquestra (1948, Nº. 20)

A equipa de compositores Mort Dixon e Ray Henderson esteve junta durante pouco tempo, de 1923-1927. "Bye Bye Blackbird" foi a canção mais popular, apesar de ter sido a primeira da dupla, "That Old Gang of Mine" de 1923, foi um sucesso, também. Eles tiveram sucesso moderado com "Follow the Swallow", de 1924 e "Bam Bam Bammy Shore", de 1925. Seu número de "comédia", "Oh How I Hate Bulgarians", de 1924, desvaneceu rapidamente e, felizmente, foi esquecido.

Julie London (Santa Rosa, EUA, 26-09-1926 - Encino, EUA, 18-11-2000) – Do “laserdisc”, "Julie London Show", com a intérprete e o “Bobby Troup Quintet” (???), gravado em 28 de Maio de 1964, no Japão.


Keith Jarrett (Allentown, Pennsylvania, EUA, 08-05-1945 – 20xx) trio – Gravado, ao vivo, Tokyo (Japão), 25 Julho de 1993 no “Open Theater East”, com Keith Jarrett (piano), Gary Peacock (contrabaixo) e Jack DeJohnette (bateria).


Joe Cocker (Sheffield, Inglaterra, 20-05-1944 - 20xx) – Em 15 de Outubro de 1996, em Baden-Baden (Alemanha).


Chet Baker (Yale, Oklahoma, EUA, 23-12-1929 – Amsterdão, Holanda, 13-05-1988)


Letra

Pack up all my care and woe
Here I go, singing low
Bye-bye, blackbird
Where somebody waits for me
Sugar's sweet and so is he
Bye, bye, blackbird
No one here can love and understand me
Oh, what hard-luck stories they all hand me
Make my bed, light the light, I'll arrive late tonight
Blackbird, toot-a-lou
Here I go, sing a little bye, blackbird
Where somebody waits for me
Sugar's sweet and so is he
Bye, blackbird
No one here can love and understand me
Oh, what hard-luck stories they all hand me
You'd better make my bed
And light the light, I'll arrive late tonight
Blackbird, bye-bye, goodbye
So long blackbird, bye-bye
Bye

Lamento, algumas eventuais falhas nas letras, encontradas na Internet, devido à própria improvisação dada pelos seus intérpretes, e muitas vezes de difícil entendimento. (Ricardo Santos)

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Folhetim Radiofónico “Zéquinha e Lélé” - "A Dieta"

Infelizmente o som não é muito bom, mas este folhetim radiofónico data de 1947, na “Emissora Nacional”, com Irene Velez (Lélé), filha da actriz Elvira Velez, Vasco Santana no papel de “Zéquinha” e ainda a actriz Maria Matos que desempenhava o papel de sogra do “Zéquinha”.

Texto (adaptado) do video no Youtube da autoria de Miguel Ângelo Catarino Vaquinhas:

“Em sua homenagem (Vasco Santana), publico esta gravação do folhetim radiofónico "Zéquinha e Lélé", folhetim realizado em 1947 na Emissora Nacional, que era protagonizado por Vasco Santana, que desempenhava o papel de "Zéquinha", pela locutora de rádio Irene Velez, filha da actriz Elvira Velez e esposa do locutor Igrejas Caeiro, que desempenhava o papel de "Lélé", e Maria Matos, que desempenhava o papel de mãe da "Lélé", a sogra do "Zéquinha", "AQUELA SANTA", como dizia o Vasco Santana. Esta gravação data de 1947 e pertence à Discoteca da Repartição dos Serviços de Produção da Emissora Nacional. Este folhetim foi um grande êxito e foi sempre anunciado como "VITAMINAS V.S: DE VASCO SANTANA". O programa foi em 1948 proibido pela Emissora Nacional, por ordem do seu presidente António Ferro, devido ao Vasco Santana ter ofendido a integridade moral de todas as mulheres portuguesas por causa das referências à sua sogra no folhetim, o que provocou a fúria de Salazar, pois Sua Excelência o Presidente dos Bravos Portugueses era um dos ouvintes mais assíduos do folhetim, e tão assíduo era que, quando o Vasco Santana passou uma vez na rua, o carro onde estava Oliveira Salazar passou por ele e o "Oliveirinha da Serra" cumprimentou Vasco dizendo "Olá Sr. Zéquinha". Tal não era a admiração de Salazar por ele. Os artistas que Salazar mais gostava eram, sem dúvida, Vasco Santana e Hermínia Silva, o que não quer dizer que eles gostassem dele! Mas mais tarde em 1951 o folhetim foi retomado no Rádio Clube Português no programa de Igrejas Caeiro "Os Companheiros da Alegria". O sucesso continuou e tanto na Emissora Nacional como no Rádio Clube Português, este folhetim era emitido. Este programa ficou na história devido a que quando o Vasco Santana dizia "Olá", "Tá bem ou não tá", "Aquela santa" ou qualquer palavra, ou quando aparecia mesmo no palco, pois o folhetim era representado ao vivo, era uma barrigada enorme de riso. Este folhetim também foi gravado em estúdio. Vasco Santana foi um dos maiores actores do mundo da representação portuguesa, quer no teatro, quer na revista, quer no cinema, quer na rádio, quer na televisão. Foi graças ao Vasco Santana e a muitos colegas seus, que nasceram aqueles que hoje são as maiores referências do mundo da representação em Portugal. Apesar de estar falecido, a arte e o talento do Vasco Santana ficarão sempre na memória de muitos portugueses, e tais casos poderão ser vistos nos filmes que ele protagonizou. UM BEM-HAJA A VASCO SANTANA !”.



Fumar em Público - Interacção Humorística (CXXVII)

Em 11-07-2011. Obrigado.

Fumar em Público

Uma rapariga que trabalhava num escritório foi a um restaurante almoçar. Como estavam todas as mesas ocupadas, sentou-se numa em que já estava uma senhora de idade. Começaram a comer em silêncio, sem trocar palavra, até que a rapariga, terminada a refeição, acendeu um cigarro.

Observou a velhota com dignidade:

- Preferia cometer o adultério do que fumar em público!

Resposta da rapariga:

- Eu também ... mas só tenho uma hora para o almoço!

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Duas composições dos álbuns mais vendidos (XII)

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

EUA, Madonna, “Like a Virgin” e “Material Girl”, The Immaculate Collection, 09-11-1990, Pop / Dance

Editado 09-11-1990, um dos álbuns de maior sucesso de todos os tempos, e por indicação do “Guiness Book of World Records” com vendas de cerca de 40 milhões de unidades. Falo-vos do álbum “The Immaculate Collection” de Madonna, uma artista que pareceria que em 1984, e após o seu grande sucesso “Like a Virgin”, não duraria muito no meio artístico mundial. Ela era apenas mais uma rapariga na casa dos vinte anos que tentava a sua sorte no panorama da música “Pop” mundial.
Como eu viria a estar enganado, Madonna cresceu e depois de ter cantado “Like a Virgin” com 26 anos de idade, começou uma carreira, polémica às vezes, mas com muita vontade de vencer e de se alcandorar a grandes sucessos, como veio a acontecer.

Like A Virgin, composição composta por Billy Steinberg e Tom Kelly, editada pela Sire/Warner Brothers em “single”, em 06-11-1984. Aqui o video (teledisco) oficial.


Material Girl, composição composta por Peter Brown e Robert Rans, editada pela Sire/Warner Brothers em “single”, em 30-11-1984. Aqui ao vivo em 1985, na “Tour Virgin”.


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Histórias de ontem (III) - 1ª. Ida ao Porto em Trabalho

Obrigatório são duas homenagens a duas pessoas que trabalharam comigo no meu anterior emprego. Falo dos saudosos, Paula, nossa assistente de agendamentos a clientes, e o colega, amigo e técnico, Mário. Deles a tristeza que me assola, quando neles penso e os recordo. Estejam onde estiverem, um abraço de saudade para os dois.

Esta estória teve lugar aqui há uns anos, por volta de 1992 (creio !), quando fui pela primeira vez em trabalho ao Porto. Na altura os técnicos costumavam ficar numa pensão da Rua de Santa Catarina, infelizmente, uma zona de prostituição nocturna.

Um dos meus colegas, o “Tira-Picos”, avisou-me para que eu pedisse um dos quartos, das traseiras, acho que até me deu o número do quarto. Na realidade, as janelas da frente davam para a Rua de Santa Catarina e como era uma zona complicada, havia bastante barulho durante a noite e foi simpático do “Tira-Picos” querer avisar-me desta situação.

Lá pedi o tal quarto das traseiras que até estava livre, e nessa noite, depois de chegar relativamente tarde do trabalho, o que era normal, visto que somente podíamos intervir fora-de-horas, preparei-me para me ir deitar. Higiene normal. Deitei-me na cama, cansado, deveriam ser umas 00:00 horas. Mal preguei olho durante a noite. Acabei por adormecer cansado já madrugada alta. O que o “Tira-Picos” não me tinha dito é que nas traseiras havia um cão coadjuvado, algumas vezes por outros, que ladrava e uivava, com o calor, a noite toda !...

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

O Jacaré vegetariano

A tendência é para ser humorista com este “Subversivo da Treta”. “Treta”, obviamente, em homenagem aos cómicos António Feio e ao José Pedro Gomes.         
À boa maneira de muitas notícias mediáticas que abundam pelos nossos meios de comunicação (imprensa, rádio e tv), onde o banalismo impera e onde nos dão aquilo que querem e interessa dar, mantendo-nos na completa ignorância daquilo que é importante numa sociedade.    
Será que é no fundo, o que nós gostamos de ouvir ?

Na freguesia de Olhameparaisto fugiu da propriedade do sr. Evaristo Papaléguas, um jacaré doméstico, que tinha sido trazido de África, em bébé, quando da última visita feita pelo casal Papaléguas a Moçambique. Após entrevista ao casal, foi-nos que se tratava de um animal vegetariano e que a sua alimentação se baseava em fruta de todo o tipo, tomates e grelos. A fruta que comia com mais satisfação eram melancias e melões. Três a quatro melancias ou melões diários. Abria a boquinha e de uma dentada…

Vivia em conjunto no espaço da quinta, com os outros animais. Porcos, bezerros e aves de capoeira, numa sã convivência, o “Pretinho”, como lhe chamavam os Papaléguas, não fazia mal a uma mosca.

Na quinta do casal, havia um cultivo adicional de melancias, melões, tomates e grelos que eram a base alimentar do “Pretinho”. Com cerca de 4 metros de comprimento, desde o focinho até à ponta da cauda, o réptil é uma animal afectuoso. Come fruta à mão, para quem tiver coragem de lha dar. Possivelmente, poderá ter sido alguém que gostaria de ter um jacaré em casa, como animal de estimação, que o raptou dos Papaléguas.

Responde ao nome dele, com um urro grave e fundo, dando marradinhas nas pernas de quem o chama, e tem duas manchinhas brancas, por cima dos dois olhos.

A PJ começou a investigar o rapto, e a procurar nos hipermercados, mercearias a compra anormal de melancias, melões, tomates e grelos, que são a alimentação base do bichinho.
Dão-se alvíssaras para quem o encontrar.

O “Subversivo da Treta” publicou a foto do animal e está a ajudar na procura do dito.

"Ei-lo aqui quando ainda era pequenino, nas mãos do senhor Papaléguas. Reparem nas manchinhas brancas!".

sábado, 2 de agosto de 2014

Michael Brecker – Groups & Soloists of Jazz (XVI)

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos)

Michael Brecker Leonard (Cheltenham, Pennsylvania, EUA, 29-03-1949 - New York City, New York, EUA, 13-01-2007) – Foi um saxofonista de jazz norte-americano e compositor. Reconhecido como "um músico calmo, gentil amplamente considerado como o saxofonista tenor, o mais influente após John Coltrane". Foi agraciado com 15 Grammy, como intérprete e compositor. Ele foi premiado com um doutoramento honorário passado pela “Berklee College of Music”, em 2004, e foi registado ao “Down Beat Jazz Hall of Fame”, em 2007.
Nascido na Filadélfia, Pensilvânia e criado em Cheltenham Township, um subúrbio local, Michael Brecker conviveu com o “Jazz” desde tenra idade, visto que o seu pai, era um pianista de “Jazz” amador. Ele cresceu, como que fazendo parte de uma geração de músicos de “Jazz”, que viram o “Rock” não como inimigo, mas como, uma opção musical viável. Brecker começou, na escola, por estudar clarinete, e em seguida, mudou-se para saxofone alto, decidindo-se, mais tarde, e finalmente, pelo saxofone tenor, como o seu principal instrumento. Ele formou-se em Cheltenham High School, em 1967, e depois de estar, apenas um ano na Universidade de Indiana, ele mudou-se para New York (1969), onde criou para si mesmo uma carreira dinâmica e emocionante, como solista de “Jazz”. Ele deixou a sua marca, aos 21 anos, como membro da banda de “Jazz-Rock” “Dreams”. A banda incluía o seu irmão mais velho, o trompetista Randy Brecker, o trombonista Barry Rogers, o baterista Billy Cobham, o teclista Jeff Kent e o baixista Doug Lubahn. O grupo “Dreams” teve vida curta, durando apenas um ano, no entanto, Miles Davis foi visto em algumas actuações, antes da sua gravação do álbum Jack Johnson (1971).
A maioria do trabalho inicial de Brecker é marcado por uma abordagem informada tanto pela guitarra de “Rock” como por saxofone “R&B”. Depois do grupo “Dreams”, ele trabalhou com Horace Silver (piano) e Billy Cobham (bateria), antes de mais uma parceria com o seu irmão Randy para formar os “Brecker Brothers”. A banda seguiu tendências “Jazz-Rock” da época, mas com mais atenção para arranjos estruturados, um contratempo mais pesado, e uma influência de “Rock” mais forte. A banda manteve-se unida entre 1975 e 1982, com sucesso e musicalidade consistente.
A 13 de Janeiro de 2007, Brecker morre, em New York, de complicações provocadas uma leucemia.

Softly as in a Morning Sunrise, Gravação do Canal “3SAT”, com Michael Brecker (saxofone tenor), Ulf Wakenius (guitarra), Christian McBride (contrabaixo), Benny Green (piano) e Alvin Queen (bateria), no “Jazz Baltica” em 2003.


Madame Toulouse, com o “Michael Brecker Group Live”, em 1998, no “Leverkusener Jazztage” (Alemanha), com Michael Brecker (saxofone tenor), Joey Calderazzo (piano), James Genus (contrabaixo) e Ralph Peterson (bateria).


Pools, com o excepcional grupo norte-americano “Steps Ahead”, com Michael Brecker (saxofone tenor), Mike Mainieri (vibrafone), Chuck Loeb (guitarra, Victor Bailey (contrabaixo) e Peter Erskine (bateria). Perugia (Itália), em 13 de Julho de 1985.



In a Sentimental Mood, com os Steps Ahead, em Tokyo 1986, e aqui com Mike Manieri (teclas, “Moog Synthesyzer”), e Michael Brecker (saxofone sintetizado).