Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

domingo, 4 de novembro de 2012

5MJZ (XXXV) - Oscar Peterson Trio

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos; e ainda In Duarte, José, História do Jazz, 2ª. Edição, Editora Sextante, Novembro de 2009)      
            
Se Luís Villas-Boas é considerado o pai do Jazz em Portugal, José Duarte é também uma figura proeminente e importante na divulgação deste género musical no nosso País.
Estamos a passar, com o auxílio do “Youtube”, como é habitual, algumas das músicas, consideradas obrigatórias pelo José Duarte e constantes numa edição de três CD’s sobre o programa “Cinco Minutos de Jazz”, começado na década de 60 (1966), no “Rádio Renascença”, depois na Rádio Comercial e mais tarde na Antena 1, onde ainda hoje e há mais de 40 anos se divulga o improviso na rádio do nosso país.       
          
Estamos a terminar, também, estes artigos dedicados ao Jazz e aos “5 Minutos de Jazz”, programa do nosso melómano José Duarte, onde se homenageia todos os excelentes músicos e cantores, que por aqui passaram.
Hoje, no penúltimo artigo, um dos pianistas que mais me impressiona (ainda !). Falo-vos do canadiano Oscar Peterson. Vale a pena ouvir este prodígio do piano e saber um pouco deste canadiano.

Oscar Emmanuel Peterson (Montreal, Quebec, Canadá, 15-08-1925 – Mississauga, Ontário, Canadá, 23-12-2007) - Foi um pianista de jazz canadiano. Oscar Peterson é considerado por muitos críticos como um dos maiores pianistas de jazz de todos os tempos (Scott Yanow, 2004).
Os seus parceiros musicais mais constantes são os contrabaixistas Ray Brown e Niels-Henning Ørsted Pedersen, e os guitarristas Herb Ellis e Joe Pass.
Começou a estudar trompete e piano, aos cinco anos de idade, com o seu pai. Após ter contraído uma tuberculose dedicou-se somente ao piano.
Em 1944 participou da Johnny Holmes Orchestra, onde aprendeu composição e orquestração/arranjo. Três anos mais tarde montou o seu primeiro trio com Bert Brown (contrabaixo) e Frank Gariepy (bateria), com o qual se apresentava em concertos semanais na Alberta Lounge, onde Norman Granz o descobriu e o levou para tocar no Carnegie Hall.
Em 1952 fundou um novo trio com o baixista Ray Brown e o guitarrista Barney Kessel, que foi substituido por Herb Ellis, um ano mais tarde.
A partir da segunda metade dos anos 50, fez inúmeras apresentações e concertos com grandes nomes do jazz tais como Ella Fitzgerald (voz), Billie Holiday (voz) e Carmen McRae (voz), Louis Armstrong (trompete), Lester Young (saxofone), Count Basie (piano), Charlie Parker (saxofone), Quincy Jones (trompete), Stan Getz (saxofone), Coleman Hawkins (saxofone), Dizzy Gillespie (trompete), Roy Eldridge (trompete), Clark Terry (trompete), Freddie Hubbard (trompete) e com o Modern Jazz Quartet.
Nos anos 70 Ray Brown (contrabaixo) saíu do trio e foi substituido pelo baixista dinamarquês Niels-Henning Ørsted Pedersen.
Em 1993 Peterson sofreu um acidente vascular cerebral que o deixou paralisado, do seu lado esquerdo, por dois anos. Recuperou-se e continuou a tocar, de modo limitado. Em 1997 ganhou um “Grammy” pela sua obra e foi premiado pela “International Jazz Hall of Fame”.
Em 2003 Peterson gravou o DVD “A Night in Vienna” pela etiqueta “Verve”, onde vemos que a idade avançada já o limita. Apesar de ter perdido um pouco seu charme, Oscar Peterson continuou a fazer espectáculos nos Estados Unidos e na Europa, poucos meses antes de sua morte. No entanto, devido à saúde debilitada, teve que cancelar a sua apresentação no “Toronto Jazz Festival 2007” e não pode comparecer no dia 8 de Junho a um espectáculo em sua homenagem no Carnegie Hall . A sua última formação trazia-o na companhia de Ulf Wakenius (guitarra), David Young (contrabaixo) e Alvin Queens (percussão).
O pianista canadense, é uma das grandes lendas do instrumento no jazz, morreu em 23 de Dezembro de 2007, de insuficiência renal. Tinha 82 anos. Encontra-se sepultado em Saint Peter's Anglican Church Cemetery, Mississauga, Ontário no Canadá.
Recebeu 7 (sete) Grammy entre 1974 e 1991 e entrou para o “Canadian Music Hall of Fame” em 1978.
Recebeu, ainda, o “Roy Thomson Award” (1987), a “Toronto Arts Award For Lifetime Achievement” (1991), o “Governor General's Performing Arts Award” (1992), o “Glenn Gould Prize” (1993), o prémio da “International Society for Performing Artists” (1995), a medalha “Loyola Medal of Concordia University” (1997), o prémio “Imperiale World Art Award” (1999), o prémio de música da “UNESCO” (2000), e o “Toronto Musicians' Association Musician of the Year Award” (2001).
Em 1999, a Universidade Concórdia de Montreal renomeou o seu “campus” para “Oscar Peterson Concert Hall” em sua honra.

Sweet Georgia Brown", é um jazz standard, escrita em 1925 (*), por Ben Bernie e Pinkard Maceo (música) e Casey Kenneth (letras).
A música foi gravada pela primeira vez em 19 de Março 1925 por um chefe de banda Ben Bernie e sua “Hotel Roosevelt Orchestra”, resultando num Nº. 1 durante 5 semanas, nas tabelas “Pop”.
Em tempo de basquetebol, é amplamente conhecida como sendo a música tema, dos “Harlem Globetrotters”.
Aqui, no videoclip, o grande pianista canadiano de jazz Oscar Peterson, acompanhado pelos dois contrabaixista, Ray Brown (1926-2002) e Niels-Henning Ørsted Pedersen (1946-2005).

(*) 1925 – Primeiras gravações de Louis Armstrong (Hot Five) e Duke Ellington como lideres de bandas; Alban Berg compõe “Wozzeck”; Alves dos Reis, autor da maior falsificação de notas, em Portugal, é preso em Lisboa; Francis Scott Fitzgerald escreve “O Grande Gatsby”; Adolfo Hitler escreve “Mein Kampf”; Sergei Eisenstein realiza “Couraçado Pothemkine” e Almada Negreiros escreve “Nome de Guerra”.

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Eu fiz um Pacto com a minha língua, o Português, língua de Camões, de Pessoa e de Saramago. Respeito pelo Português (Brasil), mas em desrespeito total pelo Acordo Ortográfico de 90 !!!