Dá a surpresa de ser

Dá a surpresa de ser É alta, de um louro escuro. Faz bem só pensar em ver Seu corpo meio maduro.

Seus seios altos parecem (Se ela estivesse deitada) Dois montinhos que amanhecem Sem ter que haver madrugada.

E a mão do seu braço branco Assenta em palmo espalhado Sobre a saliência do flanco Do seu relevo tapado.

Apetece como um barco. Tem qualquer coisa de gomo. Meu Deus, quando é que eu embarco? Ó fome, quando é que eu como?

10-9-1930 - Poesias. Fernando Pessoa. (Nota explicativa de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1942 (15ª ed. 1995) - 123.

domingo, 15 de julho de 2012

5MJZ (XXVII) - Stan Getz Quartet

(Dados Biográficos In Wikipédia e/ou In AllMusic.Com - Todos os excertos das biografias foram adaptados e algumas vezes traduzidos por Ricardo Santos; e ainda In Duarte, José, História do Jazz, 2ª. Edição, Editora Sextante, Novembro de 2009)           
                
Se Luís Villas-Boas é considerado o pai do Jazz em Portugal, José Duarte é também uma figura proeminente e importante na divulgação deste género musical no nosso País.
Estamos a passar, com o auxílio do “Youtube”, como é habitual, algumas das músicas, consideradas obrigatórias pelo José Duarte e constantes numa edição de três CD’s sobre o programa “Cinco Minutos de Jazz”, começado na década de 60 (1966), no “Rádio Renascença”, depois na Rádio Comercial e mais tarde na Antena 1, onde ainda hoje e há mais de 40 anos se divulga o improviso na rádio do nosso país.            
               
Stan Getz, (Stanley Gayetsky) (Filadélfia, EUA, 02-02-1927 — Malibu, Califórnia, EUA, 06-06-1991) - Foi um saxofonista norte-americano de jazz. Fez parcerias com João Gilberto e Antonio Carlos Jobim, tornando-se um dos principais responsáveis em difundir o movimento musical brasileiro, conhecido como “Bossa Nova”, pelo Mundo.
Stan Getz nasceu em Fevereiro de 1927, em Filadélfia (EUA). Os seus pais eram judeus, naturais da Ucrânia, que imigraram de Kiev, em 1903. Mais tarde, a sua família viajou para Nova Iorque, à procura de melhores condições de vida e emprego. Getz foi um aluno empenhado, de notas máximas, terminando no topo dos melhores alunos da sua classe.
A sua paixão eram os instrumentos musicais, e tinha que tocar todos os que encontrava no seu caminho. O primeiro saxofone foi-lhe oferecido pelo seu pai, aos 13 anos. Também lhe ofereceu um clarinete, mas este ficou para segundo plano. Getz dedicava grande parte do dia a praticar saxofone.
Em 1941, é aceite na orquestra “All City High School Orchestra”, de Nova Iorque. Isto proporcionou-lhe a oportunidade de ter um tutor particular, da Filarmónica de Nova Iorque, de seu nome Simon Kovar. Paralelamente, também tocava em pequenos concertos locais. Aos 14 anos, compra o seu primeiro saxofone tenor, com o dinheiro que juntou com esses concertos. No entanto, a sua dedicação à música prejudicava-lhe as notas, e acabou mesmo por deixar de estudar, para se dedicar totalmente à carreira musical. Mais tarde, é obrigado a regressar à escola, pelos representantes do sistema de ensino.
Em 1943, entra para a banda de Jack Teagarden (trombone), e toca, também, com Nat King Cole (vocal) e Lionel Hampton (vibrafone). Após tocar com Stan Kenton (piano), Jimmy Dorsey (clarinete, saxofone) e Benny Goodman (clarinete), Getz torna-se solista com Woody Herman (clarinete, saxofone), de 1947 a 1949, destacando-se como um dos principais saxofonistas da banda, conhecida como "os quatro irmãos"; os outros eram Serge Chaloff, Zoot Sims e Herbie Steward. Com Herman, Getz alcança um primeiro êxito com “Early Autumn”. Após deixar a banda, inicia a sua carreira a solo. A partir de 1950, seria o líder na quase totalidade das gravações onde participará.          
            
Blues For Mary Jane", composta por Stan Getz, em 1956 (*). Vamos aqui ouvi-la com o seu com Stan Getz (saxofone tenor), Lou Levy (piano), Leroy Vinnegar (contrabaixo) e Stan Levey (bateria). Gravado na “Radio Recorders”, Hollywood, CA, a 24 de Novembro de 1956, para a etiqueta Verve (MGV 8294).               
                
(*) 1956 – Levantamento Operário na Hungria; Crise do Canal Suez; Riger Vadim realiza “E Deus criou a Mulher”; Cecil B. de Mille realiza “Os Dez Mandamentos”; Winston Churchill recebe o “Prémio Nobel da Literatura”.             
                  

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